O Departamento do Tesouro dos EUA revelou na última sexta-feira a criação de dois grupos de trabalho dedicados à análise das relações econômicas e financeiras entre os EUA e a China. Este anúncio sinaliza uma possível melhora na comunicação entre as duas maiores economias do mundo, especialmente após a recente visita da secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, a Pequim.
Historicamente, as relações econômicas entre Washington e Pequim têm sido tensas, com desentendimentos sobre sanções, restrições comerciais e o tratamento de empresas em solo estrangeiro. Tais diálogos sofreram uma interrupção significativa durante a administração Trump.
Os recém-criados grupos de trabalho têm o objetivo de promover discussões diretas e aprofundadas sobre políticas econômicas e financeiras, bem como intercâmbios de informações sobre desenvolvimentos macroeconômicos e financeiros. Yellen liderará as discussões pelo lado dos EUA, enquanto o vice-premiê chinês, He Lifeng, coordenará as iniciativas de Pequim.
Essas ações fazem parte de um esforço mais amplo da Casa Branca para restabelecer canais de comunicação com a China, considerando os recentes diálogos entre o presidente Biden e o presidente chinês, Xi Jinping. No entanto, essa aproximação tem enfrentado obstáculos, como questões de segurança e tecnologia.
Ainda assim, as relações parecem estar caminhando para um estreitamento. Depois da visita de Yellen em julho, a secretária de Comércio, Gina Raimondo, esteve em Pequim em agosto, anunciando um diálogo comercial contínuo entre os dois países, envolvendo também o setor privado.
Os encontros propostos por Yellen e He têm um vasto escopo, mas a frequência dessas reuniões ainda é incerta. O Departamento do Tesouro dos EUA enfatizou que os encontros ocorrerão regularmente.
Yellen, em um comunicado recente, ressaltou a importância desses grupos de trabalho como plataformas cruciais para comunicar os interesses e preocupações dos EUA, promovendo uma competição econômica saudável e avançando na cooperação sobre desafios globais.
Entretanto, o caminho para uma relação harmoniosa entre as duas potências ainda é longo. Pequim tem demonstrado ceticismo em relação aos compromissos dos EUA. Recentemente, acusou os EUA de “intimidação econômica”, referindo-se às restrições impostas por Biden em relação à tecnologia chinesa avançada.
Concluindo, enquanto os novos grupos de trabalho representam um avanço nas relações econômicas, a comunicação entre os dois países ainda é delicada. Yellen e outros funcionários dos EUA estão determinados a reabrir canais de comunicação, enfatizando que medidas serão tomadas para proteger a segurança nacional dos EUA quando necessário.