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Rússia enfrenta acúmulo de contêineres em meio ao crescimento robusto no comércio com a China

Em 2023, um forte crescimento de 32% no comércio bilateral entre a Rússia e a China foi registrado, impulsionando o comércio total para US$ 155 bilhões. Esse crescimento astronômico, especialmente no contexto das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, evidencia a China como um pilar fundamental para a economia russa.

Notavelmente, as exportações chinesas para a Rússia aumentaram 63,2%, totalizando US$ 71,8 bilhões, enquanto as importações da Rússia para a China cresceram em um ritmo mais modesto de 13,3%, atingindo US$ 83,3 bilhões.

No entanto, este robusto intercâmbio comercial levou a uma situação de congestionamento nos portos russos. A pesquisa da plataforma logística Container xChange destacou que cerca de 150 mil contêineres adicionais na Rússia estão esperando para serem retornados à China.

Christian Roeloffs, CEO da Container xChange, observou: “Vemos uma vasta quantidade de mercadorias chegando da China à Rússia. No entanto, o fluxo de retorno é muito mais limitado. Isso resultou em uma acumulação massiva de contêineres na Rússia, reduzindo drasticamente os preços dos contêineres usados.”

Desde o início da guerra na Ucrânia, a China desempenhou um papel crucial como parceira estratégica da Rússia. Enquanto as sanções ocidentais pesavam sobre a Rússia, a China preenchia a lacuna, aumentando suas importações de energia da Rússia e fornecendo bens essenciais para o mercado russo.

O desequilíbrio comercial entre as duas nações também pode ser visto nas categorias de produtos trocados. Enquanto a Rússia exporta matérias-primas para a China, que são geralmente transportadas em tanques ferroviários, a China vende carros e eletrônicos para a Rússia em contêineres. Esta discrepância contribuiu para o excesso de contêineres em território russo.

Os desafios logísticos da Rússia também foram exacerbados por congestionamentos em portos e estradas. Apesar dos esforços para aprimorar a infraestrutura, as restrições fiscais e a gestão dos défices orçamentais adicionaram complexidade ao cenário.

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Em resumo, enquanto o pivô da Rússia para a Ásia demonstra promessa econômica, a sustentabilidade desse crescimento depende do desenvolvimento eficaz da infraestrutura. Com a expectativa de que o comércio com a China atinja um recorde de US$ 200 bilhões ainda em 2023, o planejamento e o investimento eficazes na infraestrutura são imperativos.

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Sandra Rossi

Editora na Gazeta do Valor, especializada em economia e negócios. Transforma temas complexos em artigos claros e envolventes. Ela é dedicada a investigar e relatar os acontecimentos que moldam o cenário econômico, mantendo um compromisso constante com a precisão e a integridade.

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