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Mais Interferência, Menos Dividendos: O Temor dos Investidores que Afetou as Ações da Petrobras

As ações da Petrobras sofreram uma queda de mais de 6% na Bolsa após a empresa anunciar a revisão de seu estatuto social. A medida visa alterar a política de indicação de cargos da alta administração e do conselho fiscal, além de criar uma reserva de remuneração de capital. Esse movimento gerou preocupações nos investidores, que temem interferência política na empresa e impactos na distribuição de lucros aos acionistas, um dos fatores que impulsionou a recente valorização da petroleira.

A interpretação do mercado é que essas mudanças podem levar a dividendos menores no futuro, além de abrir espaço para influência política na Petrobras. A empresa perdeu R$ 32,3 bilhões em valor de mercado em um único dia, passando a ser avaliada em R$ 483,4 bilhões.

Os acionistas ordinários e preferenciais tiveram quedas de 6,03% e 6,61%, respectivamente. Vale destacar que a implementação dessas mudanças ainda depende da aprovação em uma assembleia geral extraordinária, mas o mercado já demonstra preocupações em relação à governança corporativa da Petrobras.

A Petrobras alega que a revisão tem como objetivo eliminar restrições para nomeações de administradores previstas na Lei das Estatais. No entanto, analistas apontam que essas mudanças podem permitir a nomeação de indivíduos com exposição política em cargos de gestão, independentemente de sua qualidade técnica.

O mercado também teme que políticos sem experiência no setor de petróleo e gás ocupem cargos estratégicos, como já aconteceu no passado. No entanto, alguns especialistas acreditam que o governo evitará essa prática, buscando nomear pessoas qualificadas.

Além disso, a criação da reserva de remuneração pode afetar os dividendos, pois reduziria o potencial para futuros pagamentos extraordinários aos acionistas. A política de dividendos é uma questão sensível para a Petrobras, que já ocupou o posto de maior pagadora de dividendos do mundo. O mercado está preocupado que a reserva seja usada para financiar investimentos de interesse do governo, como projetos de energia renovável e de baixo carbono.

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No entanto, a Petrobras deve apresentar em breve um novo plano estratégico de cinco anos que pode superar os investimentos anteriores de US$ 78 bilhões. O mercado teme que essa expansão de investimentos possa envolver projetos menos rentáveis.

Em resumo, as mudanças na política de indicação e a criação da reserva de remuneração na Petrobras geraram preocupações no mercado em relação à governança da empresa e à distribuição de dividendos. Os investidores temem interferência política e impactos nos lucros a serem distribuídos aos acionistas. O futuro da Petrobras e sua capacidade de atrair investidores permanecem incertos à luz dessas mudanças.

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Sandra Rossi

Editora na Gazeta do Valor, especializada em economia e negócios. Transforma temas complexos em artigos claros e envolventes. Ela é dedicada a investigar e relatar os acontecimentos que moldam o cenário econômico, mantendo um compromisso constante com a precisão e a integridade.

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